Os insetos na agricultura podem ser classificados como bons ou ruins a depender, claro, do que vão causar na lavoura. Você já sabia disso?
Nós sabemos que os agricultores não medem esforços para manter tudo saudável e bem cuidado, mas, na grande maioria das vezes, as pragas agrícolas surgem quase sem despertar suspeita.
Quando realmente causam danos, pode ser tarde demais, pois já se espalharam por toda a plantação.
Conceitualmente, os insetos passam a ser considerados pragas quando aumentam em população, causando prejuízos financeiros e até mesmo atrasando o desenvolvimento da lavoura.
Mas cuidado! Na natureza, também existem insetos que são conhecidos como especialistas em resolver diversos problemas do homem. No entanto, não são visíveis a olho nu e, por isso, passam despercebidos.
Os insetos polinizadores, como as abelhas, mariposas e borboletas, são extremamente importantes para a produção das frutas tropicais.
Neste artigo, explicaremos tudo sobre o assunto! Boa leitura!
O que são insetos?
De acordo com a definição apresentada pela Fiocruz, a maioria dos insetos têm o corpo dividido em vários anéis ou segmentos.
A maior parte deles compõe uma das maiores classes do Reino Animal; 800.000 espécies já foram catalogadas.
Os insetos podem ser encontrados no mundo todo, desde as regiões polares até as zonas tropicais. Por isso, passam por diversos rios, mares e oceanos.
De modo geral, a aparência dos insetos é bem variada. O corpo de todos é dividido em cabeça, tórax e abdome.
Na cabeça, há um par de antenas e três pares de mandíbulas. Todos possuem três pares de patas, mas nem todos têm asas.
Além disso, muitos alcançam a maturidade passando pelo processo da metamorfose.
Todo inseto pode ser considerado uma praga para a agricultura?
Nem todos os insetos são facilmente perceptíveis, mas basta um ser encontrado em uma planta qualquer, ou seja, sem importância econômica, para levantar suspeita.
Nada disso, cuidado! Grande parte das espécies de insetos – aproximadamente 98% – não pode ser enquadrada nessa categoria. Afinal, executam um papel importantíssimo no equilíbrio biológico natural.
Agora, caso o homem decida acabar com elas, aí sim, pode resultar no aparecimento de pragas.
Como os insetos podem ser classificados?
Os insetos são distribuídos em mais de 30 ordens. O número e a forma das asas são as principais premissas para classificá-los. A seguir, trouxemos algumas ordens!
Himenópteros
Na ordem dos himenópteros, podemos citar a formiga e a abelha. Incluem-se os insetos cujas asas se parecem com membranas – inclusive os sem asas.
Dípteros
Normalmente, são insetos com duas asas, como a mosca e o mosquito.
Coleópteros
Esses insetos têm asas formando estojo; os besouros são bons representantes.
Ortópteros
Os ortópteros têm asas retas, formando ângulo reto com o corpo. A barata e o gafanhoto compõem a classe.
Quais são os benefícios dos insetos considerados do bem?
Alguns insetos atuam como inimigos naturais de pragas; entre eles estão os insetos predadores (como as joaninhas) e parasitoides (vespinhas).
Muitos são alvos constantes de estudos, inclusive da Embrapa, por trazerem diversos benefícios ao homem e à natureza.
Os pesquisadores estão sempre preocupados em estudar melhor as espécies de cada um deles.
O objetivo é simples: entender como usá-los de forma favorável no manejo do ambiente agrícola, conservando-o e fazendo com que tenha boas produções.
Entre os principais benefícios, podemos citar:
- São eficazes no controle de pragas graças ao seu tamanho e à necessidade vital.
- Não prejudicam as plantações, já que não se alimentam delas.
- Por serem pequenos, também não as estragam.
- Não é necessário pagar caro com manutenção.
- Dispensam o uso de produtos químicos, como inseticidas ou pesticidas. O que é ótimo, já que reduz investimentos financeiros e colabora com o meio ambiente.
- Colaboram com a polinização.
- Responsabilidade ambiental.
Algumas espécies de insetos do bem para a agricultura
Para que você conheça alguns insetos que podem trazer diversos benefícios não só para a agricultura, mas ao meio ambiente também, aqui estão seis exemplos.
Catarinas (Coccinellidae)
As catarinas são conhecidas como joaninas ou vaquitas; tudo irá depender da região. São predadoras vorazes de afídeos (pulgões).
Combatem larvas, afídeos, cochonilhas, ácaros, piolhos, mariposas,
aranhas-vermelhas, moscas-brancas, entre outros.
São facilmente encontradas em plantas que têm flores amarelas, como coentro, erva-doce, endro, girassol, crisântemo, etc.
Vespas (Vespidae)
Entre as espécies mais conhecidas e comumente usadas para o controle de pragas estão: encarsia (controlamosca-branca), aphelinus (pulgões), e o triconograma vespa spp. (predadores de ovos de borboletas, besouros, moscas-brancas, percevejos, entre outros).
As vespas atuam como parasitas de todos os tipos de pulgões. Os filhotes se alimentam do seu hospedeiro, e alguns adultos, de néctar e pólen, e outros, ainda, são ótimos predadores.
Abelha (Antófilos)
As abelhas cumprem um papel importante na formação de flores que resultam nos frutos das nossas plantações.
Alimentam-se de néctar e polinizam as plantas que encontram pelo caminho para transportar o pólen ligado ao seu corpo de uma planta para outra.
Centopeia (Quilópodos)
As centopeias são insetos que vivem em espaços com pedras e se movem para as plantas para se alimentar de larvas de diversas pragas. Podem ser encontradas em solos úmidos, onde há pedras para se esconderem.
Mantis religiosa (família Mantidae)
Entre as principais presas da mantis estão gafanhotos, grilos, borboletas, mariposas, moscas, besouros, lagartas, cigarras e larvas de diferentes tipos. Costumam ser encontradas em montes de pedras com temperaturas quentes.
Besouro (Carabidae)
Os besouros são predadores de afídeos, ácaros, larvas, moscas-brancas, entre outros.
Existe também a espécie do besouro-manchado (Collops quadrimaculatus), de cor laranja e manchas azuis metálicas, que se alimenta de pulgões, moscas-brancas, ácaros e borboletas.
Podem ser encontrados em plantações de milho ou em pastagens.
E os insetos considerados pragas agrícolas?
Esses tipos de insetos costumam aparecer por causa do cultivo de monoculturas em grandes extensões.
Os surtos de ataque estão sendo mais comuns do que se pode imaginar e, claro, exigem a adoção de medidas eficientes de controle e combate.
O que colabora com o ataque de pragas?
Entre os principais motivos que colaboram com os ataques de pragas, podemos mencionar:
- Zero preocupação com medidas de controle eficazes.
- Amplo plantio de culturas suscetíveis ao ataque das pragas.
- Falta de rotação de culturas.
- Plantio em regiões ou estações que são mais propícias.
- Prática do plantio direto.
- Adubação inadequada.
- Uso incorreto de praguicidas.
Alguns exemplos de pragas agrícolas
Todo agricultor que deseja proteger sua lavoura precisa conhecer os tipos de pragas agrícolas. Aqui, trouxemos alguns exemplos.
Lagarta Helicoverpa (Helicoverpa armigera)
A lagarta Helicoverpa é considerada uma praga emergente. No Brasil, em 2013, houve os primeiros relatos de ataques nas plantações de soja e algodão.
Hoje em dia, está espalhada por várias regiões de cultivos, colocando em risco
culturas de feijão e até mesmo milho.
Muitos agricultores têm dificuldade em identificá-las, por serem bem parecidas com outras espécies como a Helicoverpa zea e Heliothis virescens.
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
A lagarta-do-cartucho é conhecida como a principal praga da cultura do milho no Brasil. Pode ser encontrada em diversas regiões produtoras, em cultivos de verão ou de segunda safra (“safrinha”).
Esse inseto está sempre presente a cada ano de cultivo e ataca a planta desde sua emergência até a formação de espigas.
Insetos Pulgões ou afídeos (Hemiptera, Aphididae)
Os pulgões são insetos pequenos, de corpo mole e piriforme, com antenas longas. O aparelho bucal é do tipo picador-sugador, e seu desenvolvimento é paurometabólico.
São altamente prolíficos e reproduzem-se por viviparidade e partenogênese telítoca.
Costumam viver sobre a planta em colônias formadas por adultos (fêmeas) alados e ápteros e por ninfas de diferentes tamanhos. As formas de disseminação podem voar centenas de quilômetros com auxílio do vento.
Percevejo-marrom (Euschistus heros)
O percevejo-marrom também é conhecido como uma das pragas recorrentes da soja. É altamente resistente a produtos à base de ativos organofosforados ou ciclodenos.
Para combatê-lo, é preciso fazer um mapa de danos para aplicação de defensivos apenas nas áreas prejudicadas.
Como você pode ter notado, não é porque existe um inseto que, necessariamente, há riscos para a sua lavoura.
É preciso estar sempre por dentro das espécies, entendê-las e saber identificá-las para não correr o risco de combater inclusive as que seriam ótimas aliadas.
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