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erva daninha mostrando plantas espontaneas

Plantas espontâneas: afinal, ajudam ou prejudicam a agricultura?

Na natureza, as espécies vegetais ocorrem de duas maneiras: plantas cultivadas e plantas espontâneas. As primeiras foram plantadas intencionalmente, enquanto as segundas brotaram e se desenvolveram sem intervenção humana.

As plantas espontâneas, também conhecidas por ervas daninhas, podem ser úteis para o agroprodutor.

Porém, como essas espécies germinam de forma autônoma, também podem acabar interferindo e prejudicando as atividades agropecuárias.

Essas ervas invasoras podem apresentar grande resistência e alta capacidade de adaptação às situações mais adversas do solo, do clima e do uso de agroquímicos.

Além disso, têm alta capacidade de produção de sementes e de disseminação, podendo infestar uma lavoura em pouco tempo, trazendo grandes prejuízos.

Assim, compreender o que são plantas espontâneas e as suas características é algo fundamental para altas produtividades.

Neste artigo, falaremos tudo sobre esse assunto. Boa leitura!

Leia também: Defensivos agrícolas: o que são, seus fundamentos e como usar

O que são plantas espontâneas?

Na imagem, há diversas plantas espontâneas, com o fundo sendo o céu.

Plantas espontâneas, popularmente conhecidas como ervas daninhas, são aquelas que nascem espontaneamente, como o nome sugere. Ou seja, são plantas invasoras e indesejadas.

Portanto, esse tipo de planta nasce de forma natural, sem ter sido semeada e cultivada por alguém.

Apesar de o nome “daninha” referir-se a “dano”, nem sempre essas plantas são um problema.

Algumas espécies podem ser aliadas do agricultor, principalmente na produção orgânica.

Por exemplo, em um de seus usos positivos, as plantas espontâneas agem como indicadoras de qualidade do solo, apontando excesso ou escassez de nutrientes.

Por isso, o nome mais apropriado para elas são plantas invasoras.

Esses vegetais também recebem outros nomes, como:

  • inço;
  • mato;
  • plantas indesejáveis;
  • plantas infestantes;
  • hortaliças não convencionais;
  • plantas alimentícias não convencionais (PANC).

Você conhece algum deles? Se sim, então sabe o que é uma planta espontânea!

Mas tenha em mente que, sem um manejo adequado, elas podem se tornar um dos fatores que mais afetam a produção e o rendimento agrícola.

Uma planta espontânea pode causar efeitos diretos na cultura principal, interferindo na captação de nutrientes, luz solar, disputando água com a cultura principal e dificultando a colheita.

Plantas espontâneas: exemplos

Entre as ervas daninhas mais comuns no Brasil, podemos identificar diferentes espécies. Conheça abaixo alguns exemplos:

Apaga-fogo (Alternanthera ficoidea)

Também é conhecida como periquito, corrente e perpétua-do-campo.

Apresenta crescimento vigoroso, sempre espalhando novos ramos sobre a vegetação existente.

Afeta principalmente culturas como milho, cana-de-açúcar, soja, arroz e algodão.

Buva ou voadeira (Conyza spp.)

Essa planta espontânea produz um grande número de sementes com características e estruturas de fácil dispersão. Isso indica que a espécie é agressiva.

Infesta pastagens, culturas perenes de frutas cítricas e café, bem como culturas anuais de algodão, milho, soja e trigo.

Beldroega ou bredo-de-porco (Portulaca oleracea)

A beldroega produz 10.000 sementes, que podem ficar adormecidas no solo por mais de
20 anos.

É muito comum em culturas anuais, pomares, hortas, viveiros de mudas e plantações de café. 

Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)

É conhecida por invadir a cultura do algodão, aderindo às fibras, dificultando a colheita e desvalorizando o produto.

Ela também invade lavouras anuais e perenes, sendo uma planta de difícil controle. 

Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)

Na imagem há o carrapicho, um dos tipos mais comuns de plantas espontâneas

Com nomes variados, como capim-amoroso, timbete, capim-roseta, carrapicho-planta, essa invasora afeta lavouras e pastos.

É muito conhecida por ferir os trabalhadores rurais e, assim como o carrapicho-carneiro, dificulta as colheitas mecanizadas.

A planta se dispersa ao se “agarrar” em roupas ou pelos de animais.

Caruru (Amaranthus viridis)

É comum em solos com alto teor de matéria orgânica com grande capacidade reprodutiva.

Essa planta invasora pode inviabilizar a colheita mecânica. Ela também chega a reduzir o rendimento de culturas como milho e soja em até 80%, representando um grande prejuízo aos produtores.

Guanxuma (Sida glaziovii)

A planta possui outros nomes comuns, como guanxuma-branca, malva-guaxima e
mata-pasto. É a infestante mais comum de canaviais, podendo atingir altura e competir por luminosidade.

Ela também infesta pastagens, pomares e culturas perenes. Na cultura de soja, pode reduzir em 6% o rendimento dos grãos.

Tiririca (Cyperus haspan)

Essa espécie é considerada uma das mais nocivas e difundidas no mundo. É de grande agressividade e disseminação. Além disso, o seu controle é considerado difícil.

Ela causa danos significativos às culturas, pois se reproduz e se espalha rapidamente em muitos tipos de solo. 

Como as plantas espontâneas podem interferir em áreas de cultivo?

De modo geral, as plantas espontâneas têm grande capacidade de se adaptar às adversidades locais, com grande facilidade de obter recursos naturais necessários, como água, luz e nutrientes.

Por causa dessa situação de disputa por sobrevivência, pode haver uma competição entre as plantas cultivadas e as espontâneas.

Além disso, elas têm características de se perpetuar por meio de períodos de dormência e germinação não uniforme das sementes, ocorrendo em diferentes momentos.

Elas também se desenvolvem rápido, com grande produção de sementes, bulbos, tubérculos, rizomas e enraizamento. Tudo isso dificulta o controle dessas espécies invasoras.

Outras interferências das plantas espontâneas nas áreas de cultivo são:

  • prejudica a captação de nutrientes;
  • causa adenopatia (interferência química no solo);
  • causa a perda de rendimento;
  • aumenta os custos de produção;
  • dificulta a colheita;
  • deprecia a qualidade do produto;
  • hospeda pragas e doenças;
  • diminui o valor comercial do local.

Como você viu, são vários os problemas que as plantas daninhas podem causar ao invadirem uma cultura.

Logo, é muito importante que os agricultores busquem por formas de manejo e controle, quando estiverem interferindo negativamente na lavoura.

A importância do manejo de plantas espontâneas

Na imagem há um agricultor agachado enquanto realiza o manejo de plantas espontâneas

É essencial que as espécies invasoras sejam analisadas e corretamente manejadas. Em situações nas quais não é feito nenhum controle, as perdas podem chegar a 90% da produção.

Por isso, alguns fatores devem ser considerados para avaliar o grau de interferência das plantas espontâneas.

Destacamos os seguintes:

  • identificar corretamente as espécies que invadiram a área;
  • avaliar a distribuição espacial;
  • identificar a frequência de infestação;
  • analisar o período de convivência entre plantas indesejadas e a cultura principal;
  • analisar o grau de agressividade e competição por nutrientes.

Tipos de controle de plantas espontâneas

É muito comum que o manejo das lavouras envolva o controle dessas espécies invasoras. As técnicas de controle podem ser mecânica, cultural, preventiva e química.

No controle mecânico, há a roçagem do campo. É mais frequente em propriedades menores.

Já no controle cultural, ocorrem a rotação de culturas e o uso fitossanitários, como os herbicidas, minimizando as chances de resistência da espécie.

O controle preventivo das plantas espontâneas se trata do uso de sementes certificadas combinadas com a limpeza do maquinário e instrumentos. Isso evita que sementes ou partes das plantas indesejadas sejam levadas ao solo do cultivo.

Por fim, há o controle químico, que é muito eficaz principalmente em grandes plantações. Quando corretamente aplicados, os agroquímicos não provocam danos na raiz da cultura nem desequilibram o solo.

Mas qual é o melhor controle? Não existe uma resposta certa e universal.

Isso porque é essencial conhecer as características de cada planta para poder adotar o melhor manejo. Também é possível combiná-los.

Como as plantas espontâneas podem contribuir para a agricultura?

O uso da vegetação espontânea pode ser uma estratégia para promover estabilidade aos sistemas produtivos.

Elas permitem um sistema diversificado, o que, em determinados casos, pode reduzir a incidência de pragas e doenças.

Os benefícios vão variar quanto ao tipo de hortaliça cultivada, à extensão da lavoura e ao tipo de erva invasora.

Os usos desses vegetais no Brasil podem mudar muito dependendo da região biogeográfica em que se inserem.

Além disso, a presença de fatores como área foliar, cobertura do solo e graus de interceptação da luz solar podem estimular ou barrar a ocorrência de plantas espontâneas.

Benefícios das plantas espontâneas na produção agrícola

A escolha por usar ou não uma planta espontânea como alimento, remédio ou auxiliar na produção agrícola está diretamente relacionada ao conhecimento e à relação que cada comunidade constitui sobre essas plantas.

Por exemplo, a erva daninha Senna Mill, ou folha-do-pajé, é considerada uma invasora indesejada nos pastos da região Centro-Oeste. 

Porém, ela tem grande uso alimentar, medicinal e ornamental nas regiões do norte amazônico.

As plantas espontâneas também têm um efeito positivo, pois elas interagem no agroecossistema.

Confira alguns dos benefícios:

  • promover a agrobiodiversidade;
  • gerar uma coproteção, que leva ao estímulo de produção;
  • auxiliar na manutenção dos ciclos biológicos na unidade produtiva;
  • protegem o solo;
  • servem de hospedeiras alternativas de inimigos naturais, pragas e patógenos;
  • podem proteger a cultura principal de insetos;
  • mobilizam ou promovem a ciclagem de nutrientes de fácil mobilidade;
  • protegem o solo da erosão;
  • equilibram o uso da água;
  • permitem preservar o ecossistema local (corredores de refúgio);
  • podem ser indicadoras de desequilíbrio de nutrientes no solo;
  • indicam a recuperação do solo.

Assim, dependendo do objetivo, as plantas espontâneas também podem ser aliadas do produtor rural.

Conclusão

Como você pode ver, embora algumas espécies possam ser consideradas invasoras indesejadas, certas plantas espontâneas podem ser úteis para os seres humanos, o meio ambiente e a agricultura.

De qualquer forma, quando o assunto é uso, manejo ou controle de plantas invasoras, é preciso investir em insumos que mantenham suas lavouras saudáveis.

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