A canola está entre as oleaginosas mais produzidas no mundo, ficando atrás apenas da soja e da palma de óleo.
Ela é considerada um alimento rico em gorduras boas, sendo a base para a produção de óleos comestíveis e lubrificantes para máquinas, além de ter um farelo rico que serve como base para a fabricação de ração de animais.
A cultura se adapta bem aos climas mais frios, o que exige uma série de cuidados na hora de seu plantio.
Para conhecer melhor essa oleaginosa, detalhes sobre o seu manejo e benefícios que ela traz para agricultura, continue a leitura deste artigo que preparamos!
Índice de conteúdo
ToggleO que é a canola?
A canola é uma planta que pertence à família das crucíferas (tal como o repolho e a couve); ela faz parte do gênero Brassica e produz um óleo comestível.
De acordo com a Embrapa, os grãos de canola produzidos no Brasil têm de 24% a 27% de proteína e de 34% a 40% de óleo em sua composição.
Outra característica importante da canola e que vale a pena ressaltar é o fato de ela ser adaptável ao frio; não por acaso, ela faz sucesso nas lavouras do Sul do país.
Os números divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não deixam mentir; foram 39,1 mil hectares de cultivo da cultura no Brasil em 2021, dos quais 38,3 mil se concentravam no Sul do país.
Outro ponto importante é que o cultivo da canola se destaca por suceder culturas como a soja e o milho, além de ser usado na rotação com culturas de inverno, como trigo, cevada e aveia.
Canola e consumo
O óleo de canola é um dos mais saudáveis, devido à sua alta quantidade de ômega 3 – o que ajuda na redução de triglicerídeos –, vitamina E (um antioxidante que reduz radicais livres), gorduras monoinsaturadas (responsáveis por reduzir o LDL) e menor teor de gordura saturada (controla o colesterol).
Cabe destacar que, para ser chamado de canola, o óleo deve ter em sua composição menos de 2% de ácido erúcico e cada grama de componente sólido de semente seca ao ar deve ter menos de 30 micromoles de glucosinolatos.
Mas não é só seu óleo que é uma alternativa saudável; o farelo de canola tem entre 34% e 38% de proteínas, o que faz dele uma excelente alternativa suplementar proteica para rações de bovinos, suínos, ovinos e aves.
História
Segundo a Embrapa, a história mostra que a canola era cultivada na Índia em 2.000 a.C. e foi introduzida na China e no Japão no começo da era cristã.
Há relatos de que a canola foi usada como hortaliça, no século VI, e seu óleo servia para as civilizações orientais e do Mediterrâneo para ser usado em lamparinas de iluminação e também na fabricação de sabão no século XIV.
Devido à sua capacidade de se desenvolver bem em locais com temperatura relativamente baixa, a canola pôde ser cultivada em regiões de temperatura extrema, tendo a expansão do seu cultivo no século XIII na Europa.
No século XVII, no Japão, surgiu o hábito de fritar comidas com o óleo de canola, o que fez com que ele adquirisse o status de produto comestível.
O desenvolvimento da máquina a vapor fez com que o óleo assumisse o papel de lubrificante devido à sua adesão às superfícies feitas com metais e que eram expostas ao vapor e à água, funcionando melhor que outras opções disponíveis no mercado.
Na Segunda Guerra Mundial, o mundo viu aumentar a demanda por lubrificantes para máquinas a vapor dos navios de guerra e mercantes.
Com as fontes de lubrificantes europeias e asiáticas bloqueadas, no início dos anos 1940, o cultivo de canola passou a ser estimulado no Canadá para, assim, suprir a demanda do mercado.
Os principais benefícios do plantio de canola
O plantio de canola pode ser muito benéfico para a agricultura. Isso porque ele serve para reduzir o uso de defensivos agrícolas, diminuindo os custos e tornando a produção mais sustentável.
O fato de não exigir a aquisição de máquinas e equipamentos que sejam específicos para o seu manejo faz com que a cultura seja uma ótima alternativa econômica.
Além desses benefícios, a canola tem uma alta produtividade e traz vantagens por poder ser usada na rotação de culturas como a soja, o milho e o trigo.
No trigo, por exemplo, quando a canola é usada como alternativa de rotação, há uma redução em doenças que possam afetar o cereal, evitando que fungos sobrevivam em restos culturais.
Já no milho, a canola reduz aqueles problemas gerados pela mancha de diplodia e cercosporiose.
Pontos de cuidado no cultivo da canola
Tanto a semeadura quanto a colheita da canola exigem conhecimentos específicos; conhecê-los ajuda não só na melhor produtividade, mas também na redução de desperdícios.
Sementes
O uso de sementes de qualidade faz toda a diferença na plantação de canola, sendo um fator determinante para o sucesso na produtividade.
Assim, é importante se certificar de que as sementes compradas contêm com ácido erúcico abaixo de 2% e também que o teor de glucosinolatos no farelo seja menor que 30 micromoles por grama.
Condições do solo e clima
Para que possa se desenvolver bem, a canola necessita de algumas condições favoráveis em relação ao solo e ao clima.
No caso do solo, ele precisa estar bem drenado, ser fértil, ter uma adubação equilibrada e estar livre de doenças.
Outros pontos importantes: o solo não deve estar compactado nem pode conter resíduos de determinados herbicidas.
Por outro lado, temos as condições climáticas; o ideal é cultivar a canola em áreas com altitude acima de 600 m.
Além disso, é preciso usar cultivares de primavera, pelo menos no Brasil, pois, mesmo nas regiões mais frias, não é possível atingir o acúmulo de horas de frio que são essenciais para o plantio.
Semeadura
O ideal é que a semeadura da canola aconteça em solos úmidos com linhas espaçadas que contemplem de 30 cm a 40 cm.
A meta é que haja cerca de 40 plantas por metro quadrado no período da colheita.
Além disso, as sementes precisam ser colocadas de 1 cm a 2 cm no solo e elas não podem ter contato com fertilizantes durante esse processo.
Adubação
A canola demanda nitrogênio (mais do que em outras culturas), fósforo e enxofre para o seu pleno desenvolvimento.
Desse modo, usar fertilizantes que tenham esses componentes é essencial para garantir a boa nutrição da planta no momento de adubação.
Colheita
A colheita da canola costuma ser realizada de maneira mecanizada, e o processo não deve ser feito com atraso; por isso, observe a cor predominante dos grãos.
Quando cerca de 40% a 60% das sementes mudam da cor verde para marrom, faça a tarefa de determinar a umidade dos grãos periodicamente. O ideal é que a colheita seja iniciada quando o teor de umidade estiver no máximo em 18%.
Normalmente, a base para comercialização é 10% de umidade.
Cabe destacar que a dessecação não é uma prática indicada para essa cultura.
Além do mais, a colheitadeira deve estar regulada corretamente, ou seja, vede os locais por onde os grãos possam vazar e reduza a velocidade de deslocamento.
Manejo da plantação de canola
A canola é uma cultura sensível a diversos herbicidas que deixam efeito residual e que prejudicam a cultura.
Dar preferência ao cultivo da canola em áreas que tiveram a soja resistente ao glifosato na safra anterior, por exemplo, reduz os riscos de prejuízos causados pelos herbicidas residuais no solo.
A canola tende a se desenvolver melhor em áreas que estão livres de doenças como canela-preta, mofo-branco e infestação por nabiça.
Outro ponto importante é estar atento a pragas nas lavouras, como corós, percevejos e pulgões, que costumam surgir no cultivo da canola.
Por isso, é preciso realizar visitas periódicas à lavoura para saber se há alguma diferença nas plantas, observando a raiz e seguindo pelas hastes, flores e folhas.
Verificar a presença de lagartas na superfície do solo e ao redor da base das plântulas também se faz necessário.
Isso é um indicativo de presença de insetos nos cultivos; para o seu controle, é recomendado o uso de inseticidas especializados logo quando tais pragas aparecerem.
Para que o controle seja eficaz, é preciso que sejam utilizados inseticidas reguladores de crescimento, mas isso quando houver infestação em toda lavoura e cerca de 10% de desfolha.
Incentivando a produção de canola do país
O Brasil ainda tem grande potencial de desenvolvimento de determinadas culturas, como a da canola.
O incentivo ao plantio dessa cultura traz benefícios não só ao produtor, mas também a toda a cadeia do agronegócio.
Se você tem uma distribuidora de insumos, sabe que pode desenvolver esse trabalho de incentivo junto aos produtores, com a compra dos melhores artigos para o plantio, certo?
Para isso, conte com o apoio da TerraMagna! Nós oferecemos soluções de crédito rural para você investir em insumos agrícolas para o seu negócio.
Quer entender como funciona a liberação de crédito?